sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Curiosidades do Sistema Nervoso ...

~> O Sistema Nervoso é formado por tecido muito delicado e complexo: o tecido nervoso.
~> O encéfalo humano tem cerca de 1,4 kg nas pessoas adultas e preenche totalmente a caixa craniana.
~>  O cérebro humano, com seu grande número de áreas associativas, é considerado o centro da inteligência e do aprendizado. A atividade do cérebro humano demanda mais de 17% do sangue bombeado pelo coração e utiliza cerca de 20% do gás oxigênio inalado, apesar de corresponder a apenas 2% do peso corporal.
~> O cerebelo é o responsável pelo monitoramento dos movimentos, impedindo, por exemplo, que façamos cócegas no próprio corpo.
~> Quando o álcool afeta o cerebelo, resulta no desequilíbrio que associamos ao "caindo de bêbado"
~>  Para cada fato que ocorra há uma solução própria, uma reação, uma resposta especial, proveniente do cérebro para o ponto do organismo em que o fato ocorreu. Por exemplo, no caso de ferimento na ponta de um dedo da mão esquerda, a notícia vai diretamente ao cérebro e este responde também diretamente para essa região, reagindo segundo as conveniências e circunstâncias próprias do momento.
~> A espécie humana possui 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos raquidianos.
            ~> Hipoteticamente, se os nervos que partem dos olhos de uma pessoa fossem desligados da área visual do encéfalo e conectados à área auditiva, ao assistir um filme mudo ela ouviria em vez de enxergar.
 


Organização do Sistema Nervoso.

     A comunicação entre os diversos órgãos e células do organismo ocorre graças a dois eficientes sistemas de integração corporal: o sistema nervoso e o sistema endócrino. A coordenação nervosa é exclusiva dos animais e ocorre por meio de impulsos nervosos, integrando os demais sistemas para promover o equilíbrio do organismo e dele com o meio. Podemos comparar o sistema nervoso com uma rede telefônica, onde as mensagens transportadas pelos cabos telefônicos equivalem aos impulsos nervosos transmitidos pelos nervos. O sistema nervoso humano identifica condições ambientais externas e internas elaborando em seguida respostas que possibilitam a adaptação do corpo a essas condições.

Divisão
Partes
Funções Gerais
Sistema Nervoso Central (SNC)
Encéfalo e Medula Espinal
Processamento e integrações de Informações.
Sistema Nervoso Periférico (SNP)
Nervos e Gânglios
Condução de informações entre órgãos receptores de estímulos, o SNC e órgãos efetuadores (músculos).

O Encéfalo e seus Componentes.

O encéfalo é o órgão que processa informação, forma-se no início do desenvolvimento embrionário de uma dilatação da região anterior do tubo nervoso, a qual logo se diferencia três regiões, denominadas, da porção anterior para a posterior: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Por volta da quinta semana do desenvolvimento embrionário humano, o prosencéfalo diferencia-se no telencéfalo e no diencéfalo, enquanto o mesencéfalo permanece indiviso e o rombencéfalo diferencia-se no metencéfalo e no mielencéfalo. Todas as partes do encéfalo de um adulto derivam dessas cinco regiões; o restante do tubo nervoso embrionário origina a medula espinal.
As principais partes do encéfalo humano são: cérebro (telencéfalo e diencéfalo), cerebelo, mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano. Ao conjunto formado pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo raquidiano, dá-se o nome de tronco encefálico.
Todas as partes do encéfalo, bem como a medula espinal, são envolvidas por três membranas do tecido conjuntivo, as meninges.

Principais partes do Encéfalo.

           As principais partes do encéfalo humano são: cérebro (telencéfalo e diencéfalo), cerebelo, mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano. Ao conjunto formado pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo raquidiano, dá-se o nome de tronco encefálico.
Todas as partes do encéfalo, bem como a medula espinal, são envolvidas por três membranas do tecido conjuntivo, as meninges.

Componentes do Encéfalo.

1- Prosencéfalo
2- Mesencéfalo
3- Rombencéfalo
4- Futura medula espinhal
5- Diencéfalo
6- Telencéfalo
7- Mielencéfalo, futuro bulbo
8- Medula espinhal
9- Hemisfério cerebral
10- Lóbulo olfatório
11- Nervo óptico
12- Cerebelo
13- Metencéfalo 



Cérebro.

O cérebro consiste do telencéfalo e do diencéfalo sendo o primeiro a parte mais desenvolvida do encéfalo humano, constituindo entre 85% e 90% da massa encefálica do crânio. Sua superfície é intensamente pregueada, marcada por sulcos e depressões, que definem os giros, ou circunvoluções, cerebrais. Um profundo sulco longitudinal divide quase que completamente o cérebro pela metade, formando os hemisférios cerebrais direito e esquerdo. A conexão entre os dois hemisférios cerebrais é feita pelo corpo caloso, constituída por mais de 200 milhões de fibras nervosas.
A camada mais externa dos hemisférios cerebrais, cuja expessura varia entre 1 cm e 2 cm, é o córtex cerebral, constituído por mais de 20 bilhões de corpos celulares de neurônios; e devido a sua aparência, recebeu a denominação de substância cinzenta. A região mais interna dos hemisférios cerebrais é constituída por neurofibras (dentritos e axônios) que levam informações ao córtex e trazem dele instruções para o funcionamento corporal; por sua aparência mais clara que a do córtex, devido ao estrato mielínico que envolve os axônios, recebeu a denominação de substância branca.

Lobos Cerebrais.

Alguns dos sulcos mais profundos dos hemisférios cerebrais delimitam áreas conhecidas como lobos, que coordenam funções específicas.
Lobo Frontal (a porção anterior de cada hemisfério): controla os músculos esqueléticos do lado oposto do corpo; o pensamento, a fala, o olfato.
Lobos Parientais (localizados nas laterais superiores da cabeça): estão relacionados a sensações provenientes da pele, dos músculos, das juntas e dos tendões.
Lobos Temporais (situados nas regiões laterais inferiores da cabeça, na altura da s têmporas): estão ligados a audição.
Lobos Occipitais (situados na parte posterior da cabeça): estão ligados á visão.

Funções do Córtex Cerebral.

     Além das áreas responsáveis pelas sensações e por movimentos, o córtex cerebral humano também contém áreas associativas, isto é, responsáveis pela interpretação das sensações e elaboração dos planos de ação. Por exemplo, um acontecimento qualquer pode provocar em uma pessoa a lembrança de uma ocorrência passada quando as sensações presentes chegam a uma área associativa do cérebro e são confrontadas com registros, ou memórias, de experiências passadas, permitindo a formação de um significado. Quando realizamos movimentos voluntários complexos, o plano de ação é elaborado em uma área associativa e transferido para áreas motoras encarregadas de estimular os músculos.

Tálamo e Hipotálamo.

O tálamo e o hipotálamo, localizados embaixo do cérebro, originam-se do diencéfalo embrionário. O tálamo compõe-se de duas massas ovóides de substancia cinzenta encaixadas na base do cérebro. Todas as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes dos receptores de olfato, passam pelo tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Acredita-se que a região talâmica atue como uma estação integradora e retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral, sendo responsável por seu direcionamento ás áreas apropriadas do cérebro, onde devem ser processadas. O tálamo também exerce um papel importante na regulação do estado de consciência, alerta e atenção.
O hipotálamo é uma estrutura do tamanho aproximado de um grão de ervilha, localizado sob o tálamo. Apesar de relativamente pequeno, ele é uma região encefálica importante na homeostase corporal, isto é, no ajuste do organismo ás variações externas. Por exemplo, é o hipotálamo que controla a temperatura corporal, o apetite e o equilíbrio hídrico do corpo, além de ser o principal centro de expressão emocional e do comportamento sexual. O hipotálamo faz também a integração entre os sistemas nervoso e endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas produtoras de hormônios.


Mesencéfalo e Ponte Cerebral.

O mesencéfalo este envolvido na recepção e coordenação de informações sobre o grau de contração dos músculos e sobre a postura corporal.
A ponte, originada do metencéfalo embrionário, é constituída principalmente por fibras nervosas que ligam o córtex cerebral ao cerebelo. Nessa região encefálica também há centros coordenadores da movimentação dos olhos, pescoços e do corpo em geral. Além disso, a ponte participa da manutenção da postura correta, no equilíbrio do corpo e no tônus muscular (músculos).
O cerebelo, também originado do metencéfalo embrionário, fica encaixado entre a parte posterior do cérebro e a ponte. Ele conecta-se ao tálamo, ao tronco encefálico e á medula espinal por inúmeras fibras nervosas. O cerebelo recebe informações de diversas partes do encéfalo e da medula espinal sobre a posição das articulações e o grau de estiramento dos músculos, bem como informações auditivas e visuais; com base nelas, ele coordena os movimentos e orienta a postura corporal. Quando uma parte do corpo se movimenta, o cerebelo coordena a movimentação das outras partes corporais para manter o equilíbrio. É graças a ele que podemos realizar ações altamente coordenadas e complexas como andar de bicicleta, jogar tênis ou tocar violão.

Bulbo Raquidiano.

 O bulbo raquidiano ou medula oblonga, originário do mielencefálico embrionário, é a última porção do encéfalo, constituindo a parte dilatada localizada na base do troco encefálico. Ela contém importantes centros controladores das funções vitais, como os que regulam os batimentos cardíacos e os movimentos respiratórios.

Medula Espinal.

A medula espinal é um cordão cilíndrico com cerca de 1 cm a 1,7 cm de diâmetro que parte da base do encéfalo e percorre quase toda a coluna vertebral, alojada no canal formado pelas perfurações das vértebras. Ela é revestida por três meninges e tem um canal interno, preenchido por líquido cefalorraquidiano, que também preenche o espaço entre as duas meninges mais internas. Esse líquido tem a função de amortecer os eventuais choques do encéfalo e da medula espinal contra os ossos que os envolvem.
A medula espinal atua, por um lado, como uma estação nervosa retransmissora: a maioria das informações colhidas nas diversas partes do corpo chega primeiramente até ela, para só então serem conduzidas ao encéfalo. Por outro lado, a maior parte das ordens elaboradas no encéfalo passa pela medula antes de chegar a seus destinos. Além de intermediar a comunicação do corpo com o encéfalo, a medula espinal também elabora respostas simples para certos estímulos. Por exemplo, é ela que coordena a resposta de retirar a mão rapidamente ao tocar um objeto muito quente, para evitar ou diminuir uma eventual queimadura. As respostas medulares permitem ao organismo reagir rapidamente me situações de emergência, antes mesmo que a informação chegue ao cérebro e o indivíduo tome consciência do que está ocorrendo.

Sistema Nervoso Periférico (SNP).

      Nervos são fios finos e esbranquiçados, formados pela união de vários axônios, que partem do encéfalo e da medula espinal, ramificando-se e atingindo todas as regiões do corpo e gânglios nervosos são pequenas dilatações que contém corpos celulares de neurônios, cujos prolongamentos formam os nervos.
     De acordo com os tipos de neurônios que apresentam , os nervos podem ser classificados em sensitivos ou aferentes, motores ou eferentes e mistos. Costuma-se classificar os nervos também de acordo com a região do sistema nervoso central à qual estão unidos: nervos ligados ao encéfalo são chamados de nervos cranianos, e nervos ligados à medula são chamados de nervos raquidianos ou espinais.
     Os nervos cranianos conectam o encéfalo a órgãos dos sentidos e a músculos, principalmente da região da cabeça; os nervos raquidianos conectam a medula espinal a células sensoriais e a músculos das diversas partes do corpo.
     Os nervos raquidianos comunicam-se com a medula espinal passando por espaços que há entre as vértebras. A cada espaço invertebral há um par de nervos raquidianos, um de cada lado da coluna vertebral. Cada nervo liga-se à medula por dois conjuntos de fibras nervosas, denominadas “raízes” do nervo. Uma das raízes de um nervo raquidiano liga-se à parte dorsal da medula (raiz dorsal), e a outra se liga à parte ventral da medula (raiz ventral).


     A raiz dorsal de um nervo raquidiano é formada somente por neurofibras sensitivas, enquanto a raiz ventral é formada somente por neurofibras motoras. Assim, se a raiz dorsal de um nervo espinhal for lesada, a parte do corpo inervada perderá a sensibilidade, sem sofrer paralisia muscular. Por outro lado, se houver lesão na raiz ventral de um nervo espinhal, ocorrerá paralisia dos músculos inervados, porém sem perda das sensações de pressão, temperatura, dor, etc. o vírus da poliomielite, por exemplo, causa lesões na raiz ventral (motora) dos nervos espinhais; sem a devida estimulação nervosa, os músculos atrofiam e a pessoa perde parte da atividade dos membros atingidos.
     Na raiz dorsal de cada nervo raquidiano há um gânglio espinal, no qual se localizam os corpos celulares dos neurônios sensitivos. Os corpos celulares dos neurônios motores ficam dentro da medula, onde constituem uma substância cinzenta medular.

Respostas Reflexas Medulares.

As respostas elaboradas diretamente pela medula, sem interferência do encéfalo, são chamadas de respostas medulares reflexas. Uma delas é o reflexo patelar, testado pelo médico ao bater com uma espécie de martelinho no joelho do paciente. Nesse reflexo tomam parte apenas dois tipos de neurônio: um sensitivo, que recebe a batida e leva o impulso nervoso até a medula espinal, e outro motor, que conduz o impulso medular até o músculo da coxa, provocando sua contração.
A maioria das respostas reflexas medulares é, no entanto, mais complexa que o reflexo patelar e envolve um terceiro tipo de neurônio, denominado neurônio associativo. Este se localiza no interior da medula espinal e faz conexão entre o neurônio sensitivo e o neurônio motor participantes da resposta reflexa. Nessa via nervosa reflexa, o impulso que atinge a medula pelo neurônio sensitivo é transmitido ao neurônio associativo, e deste ao neurônio motor, que conduz a resposta ao músculo. Além de estimular os neurônios motores responsáveis pela ação reflexa, o neurônio associativo também estimula outros que conduzem impulsos ao encéfalo, permitindo a tomada de consciência do ocorrido.

Distúrbios do Sistema Nervoso.

Um distúrbio grave do sistema nervoso é o Acidente Vascular Cerebral, que pode ser causado pela obstrução de uma artéria, com conseqüente falta de irrigação de uma área do cérebro, ou por uma ruptura arterial com derrame de sangue. Os neurônios nutridos e oxigenados pela artéria atingida podem morrer, o que leva a uma lesão neurológica irreversível. Os sintomas de um AVC dependem da localização e extensão da área afetada.
            Alguns dos fatores que predispõem ao AVC são: pressão arterial elevada, taxa elevada de colesterol no sangue, obesidade, diabetes melito, uso de pílulas anticoncepcionais e tabagismo.

Cefaléia.

           Cefaléias são dores de cabeça que podem se propagar pela faca e atingir os dentes e o pescoço. Sua origem está associada a fatores como tensão emocional, distúrbios visuais e hormonais, hipertensão arterial, infecções, sinusite, etc. A enxaqueca é um tipo de cefaléia que ataca periodicamente a pessoa e caracteriza-se por uma dor latejante, que geralmente afeta metade da cabeça. As enxaquecas são frequentemente acompanhadas por fotofobia (aversão à luz), distúrbios visuais, náuseas, vômitos, dificuldade em se concentrar, entre outros efeitos.

A Doença de Alzheimer.

     A doença de Alzheimer  é a forma mais comum de demência, sendo responsável por dois terços dos casos de pacientes com mais de 60 anos, afetando duas vezes mais mulheres do que homens. As primeiras manifestações incluem perda de memória temporária e incapacidade de tomar decisões. Esses sintomas agravam-se com a progressão da doença e o paciente torna-se incapaz de reter novas informações e de manter relacionamentos sociais saudáveis; os últimos estágios são caracterizados por completa perda das capacidades de aprender, falar e controlar as diversas funções corporais. Os pacientes perdem neurônios encefálicos e, à medida que doença progride, o encéfalo torna-se menor e mais leve. Existem diversas formas da doença de Alzheimer, estando algumas delas relacionadas com variações genéticas.

Coreia de Huntington e Doença de Parkinson.

     A coréia de Huntington  é bem mais rara do que a doença de Alzheimer, afetando cinco em cada 100 mil pessoas. É uma doença hereditária que atinge igualmente homens e mulheres e começa a manifestar-se por volta dos 40 anos de idade. Seus sintomas são demência e movimentos corporais anormais incontrolados (coréia); o paciente não sobrevive mais do que 20 anos após o início dos sintomas.
     A doença de Parkinson caracteriza-se por tremores corporais incontroláveis, rigidez corporal, lentidão e dificuldade de locomoção. Essa doença afeta cerca de 187 em cada 100 mil pessoas, sendo ligeiramente mais frequente em homens do que em mulheres. Os sintomas começam a se manifestar mais comumente a partir dos 60 anos de idade, mas ocasionalmente podem surgir em pessoas com até cerca de 30 anos. Os pacientes afetados por essa doença apresentam alterações nos neurônios de importantes centros motores do cérebro, com acentuada redução na quantidade de dopamina, substância neurotransmissora fabricada nesses locais.

Doenças Infecciosas do Sistema Nervoso.

      Diversos tipos de vírus podem atingir as meninges (membranas que envolvem o sistema nervoso centra), causando as meningites virais: se o encéfalo for afetado, fala-se em encefalite; se a medula espinal for afetada, fala-se em poliomielite. Os sintomas da infecção viral dependem da região atingida e do tipo de vírus, e incluem febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, rigidez da nuca (no caso das meninges) e paralisia (no caso da poliomielite). 


Meningites, Malária e Cisticercose Cerebral.


     Infecções bacterianas também podem causar meningites. As principais bactérias causadoras de meningite são Neisseria meningitides (responsável pelos surtos epidêmicos) e Hemophilus influenza. Embora sejam mais comuns em crianças, as meningites bacterianas também podem atingir pessoas adultas. Os sintomas são semelhantes aos das meningites virais, porém mais graves, podendo levar ao estado de coma e à morte. As meningites podem ser prevenidas pela vacinação e tratadas com antibióticos.
     O protozoário Plasmodium falciparum pode causar a malária cerebral, que se manifesta em cerca de 2% a 10% dos portadores do parasita. Destes, cerca de 25% morrem em consequência da infecção cerebral.
      A tênia, um verme platelminto, pode atingir o cérebro causando cisticercose cerebral. A pessoa adquire a doença pela ingestão de alimentos contaminados com os ovos da tênia. A larva do verme, ao sair do ovo, atravessa a parede intestinal e penetra na circulação sanguínea, tornando possível a formação de cistos no cérebro. A cisticercose cerebral pode provocar sintomas semelhantes aos dos ataques epilépticos, com desmaios e convulsões.
 

Fisiologia e Classificação das Células Sensoriais.

     A capacidade de perceber o ambiente depende de células altamente especializadas denominadas genericamente células sensoriais. Há células sensoriais espalhadas pelo corpo e concentradas nos chamados órgãos dos sentidos. Essas células e órgãos especializados na percepção das condições internas e externas ao corpo constituem os sentidos. 
     Apesar de captarem estímulos tão diversos como luz, som, pressão, temperatura, substâncias, etc., os vários tipos de células sensoriais funcionam de maneira muito semelhante. Um estímulo específico altera a permeabilidade da membrana plasmática da célula sensorial, gerando potenciais de ação que são transmitidos aos nervos e conduzidos, na forma de impulsos nervosos, até o sistema nervoso central.
      Os impulsos nervosos gerados por um feixe de luz que atinge os olhos ou pela vibração do ar que chega às orelhas são basicamente semelhantes; somente quando atingem as áreas cerebrais responsáveis, nesse caso, pela visão e pela audição, é que esses impulsos são interpretados como sensações visuais e auditivas. Assim, quem efetivamente vê e ouve é o cérebro, e não os olhos e as orelhas.

Exteroceptores, Proprioceptores e Interoceptores.

     Muitos tipos de célula sensorial são especializados em captar estímulos provenientes do meio ambiente. Essas células, genericamente chamadas de exteroceptores, estão presentes nos órgãos responsáveis pelo paladar, olfato, audição, visão e tato. Certos tipos de exteroceptores, conhecidos como quimioceptores, são tidos como os responsáveis pelo paladar e pelo olfato, são estimulados quando as moléculas de substâncias específicas encaixam em proteínas receptoras existentes na superfície de sua membrana celular. Esse mecanismo é conhecido como sistema chave-fechadura, pois a molécula da substância que estimula a célula precisa encaixar-se perfeitamente nos receptores da membrana, como uma chave em uma fechadura.
     Certas células sensoriais são especializadas na captação de estímulos internos ao corpo, constituindo os chamados proprioceptores e interoceptores. Os proprioceptores localizam-se nos músculos, tendões, articulações e órgãos internos, e sua função é informar o sistema nervoso central sobre a posição dos braços, das pernas e da cabeça em relação ao resto do corpo. Os interoceptores percebem condições internas do corpo como a composição do sangue, o pH, a pressão osmótica, a temperatura, etc., o que nos permite sentir sede, fome, frio, náuseas e dor, por exemplo.